quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Sem fantasias nem máscaras


Nunca gostei muito de carnaval. Quando criança, pulava carnaval com a família no clube. De adolescente, pulava o carnaval. Nem via ele passar! Depois de jornalista então... Vejo o carnaval de dentro da empresa um ano sim, um ano não. Este ano consegui - muito de última hora - folgar nesses quatro dias de folia. Já havia desistido de ir pra farra com os amigos, numa casa com quase 30 pessoas, abadás com open bar e muita loucura. Ainda bem - diga-se de passagem!
Fui pra Juquehy - uma praia delicinha, sossegada - com o Dé, o irmão dele e a namorada, os primos dele e duas amigas (daquelas de sempre e pra sempre).
Foram quatro dias de sol, praia, cochilos a qualquer hora, dormindo tarde, acordando mais tarde ainda, passeios à ilha, churrasco (claro!), cerveja... E muita risada durante partidas de 'Suéca'.
Um feriado de reconciliação. De matança de saudades. De trilhas com o sol na cabeça e na sola dos pés (que areia mais quente!). De bordões, como "eu sou ruts!"!!! De renovação... E paz.
Só não consegui fugir do 'fervo' do carnaval em dois momentos... Nos passeios noturnos - quando todos os bêbados estavam espalhados pelas ruas vestidos com roupas do sexo oposto, acreditando piamente que estavam engraçados! - e nas tentativas de assistir televisão - que só tinha o carnaval pra transmitir, incansavelmente. Até o Oscar deixaram de lado.
É... Mas hoje já é quarta-feira de cinzas. O break acabou. Soou o sinal do fim de recreio.


Só sobraram picadas de pernilongos, bolhas, pele mais morena, cabelos ressecados... Marcas de bons momentos!



Toda rosa é rosa porque assim ela é chamada
Toda Bossa é nova e você não liga se é usada
Todo o carnaval tem seu fim
Todo o carnaval tem seu fim
E é o fim, e é o fim
Deixa eu brincar de ser feliz,
Deixa eu pintar o meu nariz



(Los Hermanos - a banda ruts!)


Futuro, guenta aí!

- A feira da Benedito Calixto...
- Aquele restaurante em Santa Teresa...
- Ah! O Rio de Janeiro...
- Quando eu acampava...
- Tô fazendo aquele curso...
- No mochilão...
Às vezes me sinto tão vazia... Parece que não conheço nada, que não vivi nada, que não vi passar e por isso nem experimentei um pedacinho.
Incrível como nunca temos tudo, né? Ou é tempo, ou é dinheiro, ou é a oportunidade. Nunca os três juntos...
Mas, no meu caso, acho que a culpa não é só da Lei de Murphy. Eu sempre quis que o tempo passasse rápido. Ansiedade constante.
Quando tinha 10 anos, queria ter 12 para poder ir às matinês. Com 12, não via a hora de chegar aos 15. Com 15, pensava nos 18. Com 18, nos 21.
E depois que todas as idades 'vantajosas' já passaram, percebi que sempre vivi correndo, apressando minha própria jornada.
Devia ter brincado mais de esconde-esconde, pega-pega, brincadeira do elástico. Devia ter paquerado mais. Viajado mais. Prestado mais atenção aos detalhes.
São tantas as 'primeiras vezes' que eu quero ter. Conhecer lugares, pessoas, me entregar à vida, experimentar sensações e sabores mesmo. Mais pores do sol, mais quilômetros rodados, mais belas lembranças...
Só tenho que me atentar a não pisar fundo no acelerador. E a não viver querendo que o presente passe logo. Abraçar o mundo com as pontas dos dedos e não de braços cruzados.
De agora em diante, vou devagarinho, a 30 por hora, pra poder apreciar a paisagem. E aos poucos me sentir menos vazia.
Futuro, por favor, espera um pouco aí, que é pra eu aproveitar o momento!

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

...

"... o que antes era ímã, agora é criptonita."

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Na hora certa

Não fiz nenhuma promessa para 2009, então as farei agora. Tarde... Mas, definitivamente, na hora certa.

Prometo:

- usar de pensamentos positivos mesmo quando isso parecer impossível
- pagar tudo - desde um remédio para dor de cabeça - à pessoa que me "deu"
- não implorar/suplicar e nem pedir - mesmo que superficialmente - o carinho e a atenção de alguém
- aprender a ser auto-suficiente - tenho certeza que os tombos estão me ensinando isso direitinho. Nada como um hematoma
- passar mais tempo sozinha
- não depender
- não sofrer por estas promessas que fiz
- não sofrer
- parar de chorar - porque adultos não choram em público
- trabalhar mais... e focar nisso
- não privar ninguém de nada por minha causa
- não investir no que tenho investido - no mundo de valores invertidos e de crise econômica, melhor investir no que convém

Tarde demais

Ouvi dizer - algum psicólogo, não lembro qual - que a personalidade de uma pessoa é formada até seus sete anos de idade. Já tenho quase 20 anos a mais da idade limite para essa formação. Portanto, tarde demais para qualquer mudança, né? Entrar na minha personalidade e modificá-la não vai rolar. Já estou moldada, formada, já fui educada. Infelizmente, caros, é impossível derreter uma pessoa e colocá-la em nosso molde, dentro daquela forma que tanto gostamos. Nunca acredite que alguém vai mudar por você. A gente muda por nós. E é por mim que eu vou mudar. Por ter cansado de me lamentar por uma infelicidade que tende a reaparecer ora sim ora não, toda hora, todos os anos, sempre. A culpa é minha. A culpa é da minha entrega - idiota e boba. A culpa é da minha carência - minha pior inimiga. A culpa é do meu pingo gigante de romantismo que às vezes cai na cabeça de quem não está preparado e/ou disposto a se molhar. Sou chuva sem controle. E preciso aprender a não ventar... E a emprestar um belo guarda-chuva para quem precisa se defender da minha idiotice e da minha necessidade de carinho.

Citação que vale a pena

"Fazia tempo que não acordava com vontade de chorar.Tenho vivido alegrias tão intensas e ontem mesmo refleti sobre o medo de tanta felicidade. Não fui correspondida, mas queria desabafar minha angustia. Porque tanta cor um dia desbota. E hoje acordei preta, pretinha. Com ausência de cor.Acordei triste. E depois de tudo, parece que ela vem mais forte. Uma onda negra de dor inundou meus órgãos internos e tudo que sinto é triste...E eu nem sei bem o porque."
(blog As Cores de Lica)
Lica, nega... acho que hoje só você me entenderia...

Escombros

Algumas coisas ditas não são nunca esquecidas, né?
Lembro uma vez que eu perguntei à minha mãe porque ela brigava tanto com o meu pai (aparentemente, ela não tinha motivos pra isso).
Ela me respondeu, em forma de desabafo, que quando eu era um bebê, meu pai ameaçou deixá-la. Isso a magoou tanto, que depois de 20 e tantos anos de casamento, ela ainda estava magoada. E aquilo sempre vinha à tona.
Sei que andei falando demais, coisas demais, ataques demais. E que algumas coisas que costumo falar já criaram até traumas. Farpas que se alocaram.
Mas hoje ouvi frases inesquecíveis também, que me mataram um pouquinho por dentro e fizeram meu mundo ir se despedaçando aos poucos, durante todo o dia, sobre a minha cabeça. Agora me sinto sufocada embaixo de todo o entulho, com uma mão só pra fora, pedindo socorro.
E aqui, no escuro, sozinha, penso se será possível isso me machucar pelos próximos 20 e tantos anos... E, infelizmente, não chego à nenhuma conclusão.

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Post-it



"... Sempre pensando no futuro e fazendo planos. Não planos exatos em planilhas ou com lembretes de post-it (como faz – admiravelmente – o Dé), mas sempre planos."
Do post 'E eis que começo como?'

Agora fiquei preocupada. Me olhei no espelho até!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Digamos que agora eu sinta sono mais cedo!


Acordo com o despertador do Dé. Ele não levanta. Depois de meia hora, acordo com um susto, o coração na mão, avisando ele que deve estar atrasado. Ele toma um banho e vai pro computador. Eu fico na cama. Acordo com um susto de novo, achando que ele foi embora e não se despediu de mim. Todos os dias isso acontece! Grito pra ver se ele está em casa. Ele responde. Durmo mais um pouco. Acordo com o beijo dele de "Tenha um bom dia". Aí levanto. Tomo meu banho. Brinco com o Artie, que fica me olhando com carinha de pidão. Lavo a louça do jantar da noite anterior. Penduro as roupas que deixei lavando também na noite anterior. Abro a sacada pro Artie ver o sol! Arrumo a cama, guardo roupas e sapatos que estão fora do lugar. Me troco, arrumo o cabelo. Almoço cedo, tipo umas 11 hs - agora to almoçando em casa por causa da dieta do bolso! Saio de casa. Ando uns bons metros... Na subida! Espero o primeiro ônibus por uns 15 minutos. Recebo umas cantadas chulas de uns velhos nada a ver no ponto. Subo no ônibus, desço em poucos minutos. Nesse ponto, em frente à um boteco, ouço mais gracinhas de bebuns e velhos babões, como: "Qual o segredo para ser tão bonita?" ou "Casa comigo por 30.000 por mês?" - tipo me chamando de prostituta, né?! Eu finjo que não ouço, subo a blusinha pra diminuir o pouco decote, seguro a saia pro vento não me pegar desprevenida, faço cara feia. Entro em outro ônibus, onde leio meu livro. Chego na estação da Barra Funda, a atravesso. Os homens são mesmo sem noção! Oh raça! Seguro a bolsa com força. Aperto o passo. Ando até a TV. Entro no trabalho. Aí é produção, telefonemas, leitura e escrita de e-mails que não acabam. Reuniões. Novidades. Fumódromo pra passar o tempo. Risadas graças ao Nelson Alemão! Às 20hs o Dé me pega. Chego em casa. Esquento ou faço o jantar. A gente come. Coloco mais roupa pra lavar. A gente assiste Friends ou algum filme. Brincamos com o Artie. Vamos dormir.
Meus dias andam corridos, mas felizes como nunca... e repletos de paz...

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Defendendo Eric Roth

Tá bom. O Curioso Caso de Benjamim Button tem muita similaridade com Forest Gump. E daí? Que mal tem usar uma receita que deu certo? Dizem que não se deve mexer em time que está ganhando...
O filme é demais! Os diálogos são impressionates, de tirar o fôlego. Passei o filme inteiro prestando uma mega atenção nas falas, pasma...
E as pequenas estórias? A estória do relógio que anda do lado errado, voltando as horas para que os que morreram na guerra possam voltar para casa; o senhorzinho que foi atingido por raio sete vezes, que dá um tom de humor ao filme e, no final, emociona; a rápida narrativa, com edição espetacular, dos minutos que antecederam o atropelamento de Daisy - mostra o poder do tempo e do destino.
O filme se passa em tempo e local de grande descriminação racial? Sim. Mas não acredito que seria adequado mostrar o preconceito das pessoas ao verem o Benjamin (Brad Pitt) com uma mãe negra, já que o espanto seria de um senhorzinho ter a estatura de uma criança, não acham? E outra: o bairro americano onde esses personagens moram é um bairro de negros.
Ok. O roteiro não foi totalmente fiel ao conto de F. Scott Fitzgerald. Não vejo problema algum nisso. No conto, Benjamin Button nasce com aparência de velho e mentalidade também de um velho. Como seria possível mostrar isso em um filme? Imaginem a cena de um bebê enrugado fumando charuto no berço! É realidade para apenas um pequeno conto mesmo. Além disso, um conto de dez páginas, para ser transformado em um roteiro de um filme de quase três horas, precisa ser muito modificado mesmo, concorda?
Ok. O filme foi feito para o Oscar. E que mal tem em se fazer um filme com a intenção de chegar o mais próximo possível da perfeição? Porque é isso que o Oscar busca... A excelência.
Os efeitos visuais, a maquiagem digital são demais. Há bem pouco tempo, um filme desse teria ficado muito tosco. Não acho justo dizer que quando o Brad Pitt reaparece mulecóte (!!) a cara dele parece de porcelana e por isso a cena é na contra-luz. Se há tamanha competência para envelhecer o ator, por que não haveria para rejuvenesce-lo?
Aqui fica a crítica às críticas!