terça-feira, 1 de setembro de 2009

Ainda acho que merecia 90

Como muitos sabem - andei falando bastante sobre isso! - eu estava há três anos sem férias. Juntei dois anos de escravidão (eles chamam de estágio) com mais um ano com contrato de gente grande (gente grande não muito bem sucedida) e estava à beira de um grande surto. Ainda bem que agosto chegou rápido e eu pude respirar um pouco do ar que existe longe dos computadores, telefones e divisórias.

Na primeira e na última semanas do mês fui para a casa da minha mãe matar as saudades da família. Dormi bastante; assisti a programas de TV nada a ver - só pra coçar com algum aparelho eletrônico ligado mesmo -; ganhei mimos e mimos; tomei bastante café com a minha mãe, ao conversarmos e desabafarmos; li dois livros e duas revistas; fui a um churrasco na casa do meu tio e bebi cerveja pra caramba com ele -; brinquei com meu afilhado, que agora finalmente me chama de 'madinha'; ouvi contos da minha avó, arrumei o quarto dela e a ajudei a cozinhar; conheci um restaurante chinês gostoso; tomei sol sem saber que horas eram; conversei com minha cunhada; ri muito com meu irmão; fui ao pesque pague - onde fiquei na sombra bebendo e comendo! -; vi a linda cena do Dé brincando de futebol com meu afilhado... E percebi, enquanto minha mãe chorava por eu estar indo embora - mesmo que fosse por poucos dias -, que minha presença faz bem e que é bom demais estar com eles.

Entre essas duas ídas à Mongaguá, fui pra Fernando de Noronha com o Dé. Na verdade, eu fui um dia antes pra Recife, onde conheci pessoalmente um produtor que já trabalhou comigo à distância - conhecê-lo não foi muito agradável, então deixa pra lá! Bom... Em Noronha, desci do avião e senti um cheirão de mato... Puta sensação boa! De princípio, a rinite chegou até a chiar (só conhecia a poluição, né!?), mas logo o nariz acostumou! Então, durante nove dias conhecemos as figuraças da ilha, as famosas mabuias - que teimavam em entrar nas pousadas e bolsas - (uma delas comeu um pedaço do meu brigadeiro!), um casal curitibano que passou a dividir com a gente as despesas de transporte e os bons momentos, a festa anual 'do farol' no Bar do Cachorro - com seu DJ empolgadão e o 'lado B' das já citadas figuraças da ilha... Foi muita trilha, muito sol, paisagens bonitas para os quatro cantos, sorrisos, paz, finais de tarde com cansaço das panturrilhas e não da mente, noites bem dormidas, cafés da manhã reforçados, frutos do mar em restaurantes deliciosos, mergulhos em águas cristalinas, encontros com peixes e tartarugas, passeios de barco...

Agora acabou e amanhã 'volto ao tronco' como disse minha própria chefe! Mas não volto de cara feia não... Volto com saudades da redação, das risadas, das bebedeiras na Livraria. E com a alma renovada*!

*Apesar de achar que merecia 90 dias de férias! O certo seria ter acumulado, pô! ;)