sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Pra não explodir um bebê

Ainda faltam alguns meses para acabar meu maldito retorno de Saturno. Durante ele, já destruí construções, construí tudo de novo e estou esperando um bebê. Mudanças e reviravoltas da vida pessoal, que eu pude conquistar com minhas batalhas. Tudo mérito meu, obrigada. 
O engraçado é o quanto minha vida profissional 'trabalha' na contra-mão disso tudo. Sem reviravoltas, sem novidades mágicas... Trocentas batalhas sem conquista nenhuma. É um estar na melhor fase da vida, estando na pior fase da vida. Porque a vida é dividida entre dentro e fora das divisórias.
Tá bom, gerações passadas... Eu quero mais, não me conformo com pouco, sou impaciente e bla bla bla. Ok, eu tenho estabilidade, ganho pra pagar as contas. Nisso vocês estão certos. 
Mas... Eu sei que posso mais. Eu vivo isso. Eu me moldo, eu me mudo, eu mudo ares, eu trilho o caminho mais florido e feliz por opção, por mais dolorido e árduo e por mais que passe noites sem dormir, ou que eu chore, ou que me canse. Por que não consigo fazer o mesmo no profissional? E o mais angustiante de tudo é que preciso desta miséria diária que me é dada - a oportunidade de não ser mandada embora - pra sobreviver e continuar com as batalhas e conquistas que só condizem a mim, que não dependem de autorizações nem de ninguém que não me ame e que só me ature porque sou uma profissional mediana, que faria pouca falta, mas falta suficiente pra dar preguiça de contratar alguém pro meu lugar. 
O que me faz faltar o ar é que não me aceito mediana. Tudo o que transformei foi por intensidade, por querer ser cada dia melhor. Duro como na vida a gente tem que vestir máscaras até por imposição. Se me tratam como mediana, mediana serei. Máscara nojenta que uso pra não surtar.
Só foco energias para que Deus - ou seja lá para quem ou o quê - me permita não ser mediana comigo mesma, com a minha vida fora das divisórias. Alguma rédia tenho que ter em mãos. E, juro, prefiro as que tenho. Quem tem as outras, não as sabe comandar, infelizmente. Mas, quem sou eu pra julgar? Sou só um burro de carga...