quarta-feira, 15 de abril de 2009

Mais um dos meus momentos

Brigas são normais, naturais... Pra essa realidade, né, eu quero dizer. Para os dias atuais. Aquela velha falta de fazer e viver 'breguices'.
Num dos meus momentos de auto-conhecimento após piléque e acordado pelos gritos, me deparei com o fato de que o tempo passa. O tempo todo, o tempo passa. E... Se passou, não volta. É triste, duro, mas real.
Embreagada de cerveja, carência, tequila, medo e vontade de sumir, no quarto ao lado, chorando (chorando não... botando tudo pra fora), peguei minha arma - vulgo telefone - e liguei pra um amigo que não via - e não ouvia - há tempos.
Imaginei que ele me colocaria pra cima, me animaria ou pelo menos tiraria de minha mente a culpa, o pensamento de 'eu que pedi pra isso acontecer, como sou burra".
Ele realizou bem a missão. Me ouviu chorar e desabafar, me aconselhou e puxou meu saco - o que eu estava realmente precisando. Depois de quase uma hora de 'papelão', consegui ter forças e, mais que isso, consegui deixar de ser uma egoísta louca, e lancei o 'E você? Como está?'
- Vou casar.
- Com quem? Quando? Como assim?
- Com a Fulana. Dia 18 próximo. To apaixonado, encontrei minha companheira.
Caramba! E eu ligando pra ele como se nada, né... E ela, em seu papel de noiva, provavelmente dormindo ao lado dele e ouvindo - ou pelo menos deduzindo - tudinho. Não tenho certeza porque não tive coragem de perguntar. Assim como também não tive coragem de perguntar por que não fui convidada para o tal casamento. Deduz-se que não fui convidada porque sou sem noção! hehe
Madrugada estranha. Nem me lembro como foi o 'tchau' antes de desligarmos o telefone. Manhã mais estranha ainda. Voltei à suíte, derramei mais umas lágrimas, abracei meu 'companheiro pouco brega' e meu cachorro, e dormi mais um pouco. Na verdade, foi só aí que dormi gostoso. Depois de me desculpar como sempre, tudo voltou ao normal. Ufa de novo! E na caixa de entrada do meu celular a mensagem: "Nunca deixe de fazer o que tem vontade. O tempo passa... Espero que esteja mais felizinha. Pode contar comigo."

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Eu sou um e meio

Texto de Jorge Valente
Em qual categoria você se enquadra???
Para ajudar na hora de convidar as pessoas para festas e baladas, aí vão as categorias dos festeiros / baladeiros, segundo a minha observação.

Boêmios categoria 1 - São aqueles que não perdem uma festa de jeito nenhum. Vão a todas e com todas, mesmo com dengue, febre alta, conjuntivite e bacia fraturada. Geralmente, saem de uma balada para outra e da outra para a outra outra. São os que mais bebem, sem aparentar estar bêbados e chegam em casa com o nascer do sol. Numa noite, são vistos em três ou quatro lugares diferentes. No dia seguinte, não tem noção de quanto gastaram. E acordam sem saber em que dia estão e, às vezes, quem são.
Exemplo clássico: Charles Rosa

Boêmios categoria 2 - São boêmios classudos, que andam pelas poças da Avenida Paulista como se estivessem numa passarela de Paris.
Sabem onde estão e quem são, não importa a quantidade de álcool ingerido. Cruzam com frequência com os boêmios do tipo 1, mas não se deixam seduzir irrediavelmente por eles. Estão na fronteira entre a sanidade e a loucura, sabendo equilibrar com maestria os pólos e as contradições da cidade grande.
Exemplo clássico: Fabiana Lopes

Boêmios categoria 3 - São boêmios poetas, que ficam bêbados com meio copo e vão embora da festa antes que ela acabe( na maioria das vezes) pela incapacidade de ser um boêmio 2 e pelo medo de se tornar um boêmio 1. Fazem promessas de amor que só duram uma noite. Estão divididos entre o mundo dos filósofos e escritores e os personagens que eles criaram, sendo eles, às vezes escritores, às vezes esses personagens. Querem sorver o mundo, mas não sabem calibrar esse ardor.
Exemplo clássico: Jorge Valente

Boêmios categoria 4 - São boêmios observadores, sádicos, que olham à distância os boêmios do tipo 1 e 2 se esborracharem no chão, rindo de tudo e mantendo uma certa distância dos personagens da noite. Às vezes, fumam cigarro de cravo tipo Gudang Garam. Jogam tênis de dia, bebem à noite e, assim, criam para si uma aura de mistério em torno de suas figuras altivas( para não dizer plutocratas). São pessoas de fina inteligência, mas de emoção aprisionada. Sonham ser Clark Gable em Casablanca. Uma figura enigmática acima do bem e do mal.
Exemplo clássico: Alfredo Feierabend

Boêmios categoria 5 (ou falsos boêmios) - Tem saudades dos tempos idos, mas não vão a balada por medo de uma recaída trôpega e definitiva.
Ficam embevecidos com a narração do que aconteceu na noite anterior e às vezes contam suas próprias experiências de décadas (ou séculos anteriores). São geralmente bons de conversa pela quantidade de histórias interessantes e didáticas. Mas é muito difícil ouvir essas histórias numa mesa de bar. São catedráticos no assunto, mas olham para ele como o caçador que enfrentou o urso desarmado, mas não vai desafiar a fera outra vez.
Exemplo clássico: Celso Zambel.

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Enquanto isso

rego suas flores artificiais.